IA E ENTRETENIMENTO: USAR VOZ DE ARTISTA SEM AUTORIZAÇÃO É ILEGAL

Nos últimos meses, vídeos e músicas criados por inteligência artificial (IA) viralizaram ao simular vozes de artistas como Anitta e Drake — mas o...
Nos últimos meses, vídeos e músicas criados por inteligência artificial (IA) viralizaram ao simular vozes de artistas como Anitta e Drake — mas o que parece inofensivo pode gerar séria responsabilização jurídica.

A popularização de ferramentas de inteligência artificial que simulam vozes e feições de artistas tem gerado fenômenos virais — e preocupações jurídicas. Vídeos e músicas criados por IA, muitas vezes publicados sem consentimento em plataformas como TikTok, YouTube e Spotify, podem violar direitos fundamentais da personalidade e autorais.

A Constituição Federal (art. 5º, X) e o Código Civil (arts. 11 a 21) asseguram a proteção à imagem, voz e nome, sendo ilegal sua utilização pública sem autorização. A Lei de Direitos Autorais (Lei 9.610/98) também protege obras artísticas, incluindo performances vocais e musicais.

Mesmo em contextos de “homenagem” ou conteúdo não monetizados, o uso indevido pode gerar indenizações por danos morais e materiais, pois a identidade vocal de uma pessoa é reconhecida como extensão de sua personalidade.

Plataformas digitais que mantêm conteúdos ilegais após serem notificadas também podem ser responsabilizadas, conforme previsto no art. 19 do Marco Civil da Internet (Lei 12.965/14). O STF, inclusive, discute a constitucionalidade desse artigo em ações diretas de inconstitucionalidade.

Além disso, cresce o debate sobre a necessidade de regulamentação específica para a atuação da IA no campo artístico, especialmente quanto à autorização prévia, direito ao esquecimento digital e modelos de licenciamento automatizado.

A mensagem é clara: mesmo que a criação seja de uma máquina, os direitos são humanos. O uso da imagem ou voz de artistas requer consentimento, sob pena de violação legal.

Este informativo tem por finalidade veicular informações jurídicas relevantes aos nossos clientes, não se constituindo em parecer ou aconselhamento jurídico, e não acarretando qualquer responsabilidade a este escritório. É imprescindível que casos concretos sejam objeto de análise específica.

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Foto de Rafael Ciaralo

Rafael Ciaralo

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