Não é de hoje que o mercado da bola está buscando se reinventar e alcançar novas fontes alternativas de receitas. Com o avanço da tecnologia, os clubes de futebol tentam acompanhar esta evolução na nova era digital para obterem recursos diferentes dos que já estão acostumados.
No futebol internacional, clubes estrangeiros já estão começando a introduzir as criptomoedas em meios de pagamentos ou em ativos financeiros voltados à sua atividade.
Seguindo esta ascensão, alguns clubes europeus começaram a efetuar pagamentos de transferência de jogadores através de criptomoedas, como foi o caso da transferência do atleta David Barral ao clube DUX Internacional de Madrid.[1]
Outro aspecto que vem sendo explorado por clubes europeus consiste na venda de ativos digitais possibilitando que torcedores exerçam influência em tomadas de decisões dentro do clube, sem a necessidade de ser um sócio propriamente dito.
O maior exemplo deste novo segmento é comercializado através da criptomoeda Chiliz, que está inserida na plataforma sócios.com[2], e possui grandes clubes como adeptos (Juventus, Paris Saint-Germain, Milan, Atlético de Madrid e Barcelona).
A aquisição destas criptomoedas permite aos fãs a possibilidade de votarem na tomada de decisões exclusivas dos clubes, como por exemplo no novo design do uniforme, nas músicas que tocarão no estádio, no mosaico que será desenhado na arquibancada e muito mais.
Em solo brasileiro, no final do ano passado, o Vasco da Gama anunciou uma parceria com a plataforma de criptomoedas e ativos digitais Mercado Bitcoin, com o objetivo de oferecer a investidores a possibilidade de adquirem direitos de crédito do clube referentes ao mecanismo de solidariedade, por meio de tokens que foram colocados à venda na plataforma.
Nesta ocasião, o Vasco da Gama transformou em tokens digitais o direito de um eventual crédito que terá a receber a título de mecanismo de solidariedade de doze jogadores, também denominados como tokens não fungíveis (ou NFTs), angariando cifras relevantes aos cofres do clube carioca.
Recentemente, foi noticiado que o Cruzeiro aderiu ao movimento das criptomoedas e lançou parte de seus ativos em blockchain, por meio de uma parceria com a startup Liqi.
Referida parceria também desenvolveu a “tokenização” de parte dos direitos de mecanismo de solidariedade de alguns jogadores do clube mineiro.
Certamente, o cenário das criptomoedas e ativos digitais podem ser uma válvula de escape para clubes que buscam novas fontes de receitas, aliados às oportunidades que poderão ser trazidas com o PL 5516/19 do Clube-Empresa, que retornou à Câmara dos Deputados após aprovação com emendas pelo Senado Federal, e o Decreto que regulamentará a Lei das Apostas Quota-Fixa.
O CCLA Advogados é especializado na assessoria de clubes, agentes e atletas e se ocupa diariamente da orientação e atualização de seus clientes quanto ao cenário mundial do esporte e suas implicações jurídicas.
[1] UOL. https://www.uol.com.br/esporte/futebol/ultimas-noticias/2021/03/21/ex-real-madrid-mostra-que-relacao-entre-futebol-e-criptomoedas-ja-existe.htm
[2] https://www.socios.com/