Em 17 de janeiro de 2023, foi publicada matéria do relato da atleta profissional de futebol Sara Björk Gunnarsdóttir sobre sua experiência em relação à maternidade e carreira desportiva, que culminou em decisão histórica da FIFA em proteção aos direitos voltados às atletas.
Desde 2021, o Regulamento da FIFA contempla disposições voltadas às condições de trabalho específicas das atletas profissionais de futebol, protegendo, expressamente, os direitos circundantes à gravidez e maternidade, bem como os deveres dos clubes em preservar o contrato de trabalho e fornecer ambiente favorável ao retorno da atleta pós licença-maternidade.
No caso da Sara, após ela descobrir a gravidez e se ausentar para acompanhar o desenvolvimento da gestação, o Lyon teria deixado de pagar o valor integral de seu salário, limitando-se ao pagamento correspondente ao seguro social determinado pelas leis francesas. Após voltar da licença-maternidade, no entanto, a atleta não se sentiu devidamente acolhida e contemplada em relação à sua nova realidade e responsabilidades, e, uma vez cumprido o tempo restante de seu contrato, transferiu-se para outro Clube e apresentou uma reclamação contra o Lyon no Tribunal da FIFA.
A decisão da FIFA condenou o Lyon ao pagamento de EUR 82,094.82, correspondentes aos salários em atraso, e ressaltou que as disposições acerca de maternidade conferem, ao empregador, o dever de cuidado para proteção da gravidez da Atleta.
A realidade do futebol feminino tem mudado rápida e consideravelmente. Observamos um grande aumento de receitas, torcedores e patrocinadores, no entanto, a cultura de proteção aos direitos da mulher no futebol é recente, e o processo de Sara Björk, com certeza fará parte da mudança desse cenário.
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