Recentemente, circularam nas redes sociais e na mídia esportiva nacional rumores sobre a possível adoção da cor vermelha para a segunda camisa do Brasil na Copa do Mundo FIFA de 2026. A alegada iniciativa teria como inspiração a luta contra o racismo e o desejo de homenagear o ex-jogador Geraldo Assobiador, figura histórica do Flamengo e da Seleção nos anos 1970.
Apesar das reações diversas geradas, inclusive com interpretações políticas quanto à cor do uniforme, é importante destacar que, em 3 de maio de 2025, a Confederação Brasileira de Futebol (“CBF”) divulgou nota oficial desmentindo tais rumores. Segundo a entidade, as imagens veiculadas que mostram a suposta camisa vermelha são projetos não oficiais, sem qualquer chancela ou aprovação da entidade ou de sua fornecedora de material esportivo, a Nike.
Dentro do tópico de discussão, cabe destacar que o Estatuto da CBF, em vigor desde 14 de junho de 2022, não impõe restrições quanto às cores dos uniformes das seleções nacionais. Tampouco estabelece a obrigatoriedade de utilização exclusiva das cores tradicionais da bandeira nacional (amarelo, azul, verde e branco), deixando à CBF a competência de definição da identidade visual e simbólica da Seleção.
O artigo 13, inciso III, determina que o uniforme oficial deve respeitar as cores existentes na bandeira da CBF, bem como conter o emblema oficial da confederação. Porém, também, possibilita a elaboração de modelos comemorativos em cores diversas, mediante aprovação da Diretoria.
Ademais, aponta-se que devem ser respeitados os parâmetros técnicos estabelecidos por entidades como FIFA, CONMEBOL e IFAB. As regras técnicas das mencionadas entidades tratam principalmente da visibilidade, contraste e identificação dos uniformes, não havendo proibição quanto ao uso de cores diversas em jogos oficiais, desde que não interfiram com simbologias políticas, religiosas ou comerciais.
Dessa forma, a proposta de adoção de uma camisa vermelha para a Seleção Brasileira, ainda que envolta em debate simbólico e social legítimos, não encontra barreiras estatutárias, legais ou técnicas, sendo matéria de estratégia de imagem e narrativa da CBF.
Por fim, a CBF reiterou seu compromisso com a transparência na comunicação institucional e esclareceu que quaisquer anúncios oficiais de uniformes da Seleção para a Copa de 2026 serão realizados por seus canais autorizados.
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Beatriz Araujo Salazar – Advogada do CCLA Advogados.